quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Battle Royale (A Batalha Real dos Jogos Vorazes; ou vice-versa)

Para os que lerão, que fique evidente que esse texto/resenha é sobre o LIVRO e não o filme Battle Royale. Apenas comecei o filme, mas já vi que existem grandes mudanças em relação à história original.

Capa da edição brasileira. Linda *-*
Como uma grande leitora da trilogia Jogos Vorazes, uma das coisas que eu mais via na Internet eram protestos e denúncias contra Suzanne Collins por ter plagiado uma das maiores obras japonesas: ‘Battle Royale’ escrita por Koushun Takami.

Tá, primeiro eu não quis nem saber! Collins era diva e Katniss também, e só porque os japoneses tinham uma batalha até a morte em um local fechado não queria dizer que Jogos Vorazes era plágio.

Não era nada contra o Japão, na verdade eu já gostava bastante de ler mangás e assistir animes, era apenas eu – na época com 15 anos – defendendo uma das minhas séries favoritas. E, como não havia uma publicação brasileira, eu nunca pude ler e tirar minhas próprias conclusões, e eu sempre tive algo contra ver filmes antes de ler livros então nem procurei a adaptação cinematográfica, mas o fato é que, com o passar do tempo e a dificuldade de encontrar esse livro com uma mera tradução pra língua portuguesa, o assunto morreu em minha cabeça.

Até que a Globo Livros finalmente trouxe a obra pro Brasil, depois de cerca de quinze anos, finalmente, e, apesar de não ser correto julgar um livro pela capa, eu absolutamente AMEI e quis ler com todas as minhas forças só por causa da lindeza que eu achei essa capa diva! (Sério, como não ama??)

Os primórdios (ou simplesmente Incidentes Pré-leitura)


Como vocês sabem, no Japão os nomes não são nem um pouco parecidos com os nomes que encontramos aqui no Ocidente, e quando eu comecei a ler minha reação foi: “Caraca, daqui que eu aprenda o nome desse povo vão tá tudo morto!” e eu criei um método muito simples pra me lembrar de cada um...

Fiz uma lista! (Sério, fiz mesmo...)

Era muito simples – nome, número de chamada e qualquer breve descrição que fosse dada sobre o personagem. Daí, quando ele se referisse à alguém, bastava olhar no papel e ver quem era quem...

E no fim das contas eu nem precisei usar a lista além de uma vez que eu confundi o nome de duas personagens com nomes muito parecidos. 
(;一_一) Ou seja, vocês também não precisam fazer uma.

Então, início de leitura adiado porque eu estava fazendo a bendita lista, mas o fato é: Me apaixonei no primeiro capítulo e não quis largar mais!
(。◕‿‿◕。)


Meu casamento com o livro (ou simplesmente Minha Opinião)


A história se passa no Japão (ah vá!) em uma realidade distópica (distopias *supiro*) onde o Japão agora faz parte da Grande República do Leste Asiático que está em uma guerra fria contra o Império Americano (é isso mesmo? nem lembro). O governo futurístico japonês é chamado de Fascismo bem sucedido – o ditador governa, o povo obedece e o exército mata – que veio a isolar todo o país do que acontece no resto do mundo (você só tem que saber o que o governo quer que você saiba). Dentre as proibições óbvias – livros que venham a influenciar um levante, censura à liberdade de expressão – o governo também proibiu o povo de ouvir Rock! (ಠ_ಠ) (estivesse eu nesse tipo de ambiente e não tinha mais governo não!) Fataço: o governo percebeu que pessoas que ouvem Rock tendem a serem mais críticas. Orgulho do meu gênero musical...

Fanart por adamrabalais
Enfim, depois de um tempo foi criado o Programa (não, não era chamado de Battle Royale, apenas de Programa) que, segundo o governo, era necessário para pesquisas no campo militar – mas vai acreditar no governo. Como funciona? É bem simples: uma classe do terceiro ano da Junior High School (algo equivalente à 8ª série/9º ano no Brasil) é sorteada aleatoriamente. Depois, todos os alunos são levados a um ambiente fechado, geralmente uma ilha, e então começa o 74º Jogos Vorazes. –sóquenão

Todos os alunos são equipados com um colar com um rastreador (que só pra deixar a coisa mais legal, explodem se eles tentarem abrir ou entrarem em uma zona proibida durante o jogo) e uma bolsa com comida, água, bússola, mapa, lápis, e uma arma aleatória. E o objetivo? Ser o único vivo no final. (E é aqui, somente aqui, que existem semelhanças com JV).

A história começa com 42 estudantes e apesar de ser narrada em terceira pessoa estamos quase sempre na visão do protagonista Nanahara Shuya (sim, prefiro a forma japonesa de me referir aos personagens). Shuya é órfão, é roqueiro de verdade, odeia o governo, toca guitarra, e eu o amo! Mas sempre que a narração muda para a visão de outra pessoa tenha certeza: ou o personagem morre ou testemunha altas tretas.

Dessa oscilação de narrações surge uma particularidade muito interessante que eu achei absolutamente incrível, uma tirada de gênio: os flashbacks. Quando a história começa não sabemos nada sobre ninguém, mas toda vez que se muda de personagem (leia-se de Shuya para outro aí) nós começamos a compreender melhor cada um, a entender a história e as circunstâncias que eles estão envolvidos. Algumas histórias dão repulsa ou pena, outras fazem os olhos brilhar e em alguns casos podemos até nos apaixonar pelo personagem. Daí ele morre. (ಠ)

Tá, nem sempre. Alguns, como os personagens que testemunham as tretas duram mais tempo que a maioria. Acho que tem até uma parte que vão quase quatro capítulos sem mortes, só flashbacks e background dos estudantes e você começa a acreditar que talvez agora tudo dê certo ou que menos pessoas vão morrer ou que esse vai pelo menos durar até o próximo capítulo. Daí morre de dois até quatro personagens ao mesmo tempo. Eu nunca via as mortes em massa chegando (ಥಥ)

Choros, sangue e mortes a parte, devo dizer que cada personagem é narrado com tanta excelência que mesmo que você não goste dele você não pode negar que é muito bem feito. Com oscilações entre paranoias e crueldade, e o número de estudantes descendo vertiginosamente, Battle Royale é um livro que nunca fica chato. (Cês acreditam que eu fui dormir três da manhã por causa dele?). E é claro que mesmo com as probabilidades no fundo do poço ainda tinha muito de fangirl em mim pra ficar shippando loucamente eu ainda conseguia encontrar um lugar pro bom e velho romance (em nenhum aspecto semelhante à JV).

Enfim, eu poderia ficar aqui horas e horas falando sobre o quão magnífico foi esse livro, o quão puras foram as lágrimas que eu derramei por causa dele (dessa vez fui forte, só cinco) e o quanto eu me agonizei e ansiei pelo fim (muito bem elaborado por sinal e é só isso que direi (´∇`)  ).

E afinal tudo o que eu quis dizer com esse texto foi... (ou simplesmente Conclusão)


Conclusão sobre Battle Royale?  Incrível! Maravilhoso! Uma obra de arte! A única coisa que passava em minha cabeça quando eu lia era: ‘Caramba! Porque eu não li esse livro antes?’ (É claro, se você ignorar os ‘NÃOOOOO!!!! PORQUEEEE?????’ ou ‘AGORA SIIIIM!!!! É ISSO AÊÊÊ!!!! TOMAAAA!!!’ ou até mesmo os ‘VÉI!! COMO ASSIM, VÉII??!!! COMO ASSIM?! NÃO, VOCÊ NÃO!!!’)

É tão bom assim? Sim, é! Melhor que Jogos Vorazes? Ouso até dizer que SIM! Então JV é mesmo uma cópia descarada de BR? Não, não é.

Sério gente, a única coisa que as duas histórias têm em comum é ‘Um grupo de pessoas é posto em uma arena/local/ilha/whatever e devem lutar até que só sobre uma pessoa’. Mas por favor, se for pra colocar todo livro com um núcleo semelhante a outro então tudo o que restará será plágios e mais plágios (Percy Jackson é plágio de Harry Potter, Divergente é plágio de Jogos Vorazes, Diários de Um Vampiro é plágio de Crepúsculo, A Culpa é das Estrelas é plágio de Um Amor Para Recordar, enfim...). Mas o que tanto os fãs de Jogos Vorazes quanto os de Battle Royale parecem esquecer é o quão diferente os ambientes e todo o cenário do livro são, o quão diferente os propósitos dos autores com cada livro são, pelamor, nem mesmo o tipo de narrativa é semelhante!

Então, se você gostou de Jogos Vorazes você vai amar Battle Royale (a menos que você tenha algo contra mortes violentas em excesso), e se você amou Battle Royale com certeza vai gostar de Jogos Vorazes (a menos que você tenha algo contra triângulos amorosos eu tenho, mas nem liguei). Leiam e amem ambos e parem com a discórdia aí fora. And may the odds be ever in your favor ( ^_^ )

Oh, someday girl I don't know when
We're gonna get to that place where really wanna go
And we'll walk in the sun
But till then tramps like us, baby we were born to run
Born to Run - Bruce Springsteen
Entendedores entenderão

Coisas importantes (ou simplesmente Notas Finais)


O autor da fanart no texto é adamrabalais  - visitem a galeria pra conhecer outros trabalhos
Battle Royale é publicado pela Globo Livros aqui no Brasil.
Jenifer ainda não possui um exemplar de Battle Royale, mas ela com certeza aceita doações. :) [EDIT: eu comprei! eu comprei! achei barato e com frete grátis e comprei! agora eu tenho!!!]

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